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domingo, 30 de janeiro de 2011

Ai, haja coração


Mitos, lendas, orações e rituais descrevem o coração não só como centro vital, mas também como o lugar onde se depositam os sentimentos de pureza, justiça, força e coragem. Ele é a sede do que há de melhor e também do pior em nós.
Os antigos egípcios já sabiam disso. Durante a vida, a alma tinha o dever de transformar as emoções negativas, que normalmente habitam o coração, em sentimentos leves e espirituais. No reino dos mortos, diante da deusa Maat, símbolo da justiça, o coração de quem morria era colocado num dos pratos de uma balança. Para se ter direito à vida eterna, o candidato deveria ter o coração mais leve do que uma pena de avestruz.

Nas mitologias grega e romana, Eros ou Cupido flechava o coração dos mortais e o despertava para o amor. Criança levada e esperta, quase sempre escolhia ao acaso quem devia acertar. Era por isso, diziam os sacerdotes, que acontecem tantas paixões sem explicação entre os homens e as mulheres.

Desde a Antiguidade, a música é, ao lado da poesia, o grande canal de expressão dos sentimentos.
Na Idade Média, trovadores comoviam corte inteiras com suas canções românticas. Hoje, as letras falam de todos os tipos de emoção: o amor conquistado, o perdido, o não correspondido, o desperdiçado, sem falar de outras emoções associadas, como o ciúme, vingança, traição e perdão.
Muitas canções falam da alegria e da felicidade de encontrar um amor, mas a maioria delas mostra uma tendência para a tristeza e melancolia.
Muitas músicas brasileiras exibem no título a palavra coração, porém são incontáveis as que falam dele na letra. Afinal, a paixão é a grande inspiração dos compositores amadores ou profissionais.
O coração é o termômetro dos sentimentos.

“Ai de quem não cede e de quem tem razão.
Ninguém sabe mais que o coração”.

Já era tempo – de Ary Barroso e Vinicius de Moraes


“Tudo é questão de manter a mente quieta, a espinha ereta
E o coração tranqüilo”.

Coração Tranqüilo – de Walter Franco


Se a pessoa é bondosa, dizemos que ela tem um coração de ouro.
Se for boa demais, coração mole ou de manteiga.
Se for cruel, é dona de um coração de pedra ou, pior, não tem sequer coração.
Quando se fica abobalhado diante de alguém diz-se que ficou de coração derretido.

“Meu coração, não sei por quê,
Bate feliz quando te vê”

Carinhoso – de Pixinguinha e João de Barro


Sob o peso da tristeza sentimos o coração apertado.
Quando nos magoamos ficamos de coração partido.
Quando gostamos de uma pessoa dizemos que ela mora no nosso coração
E ele explode de felicidade no auge da paixão.

“Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração”

Explode coração - de Gonzaguinha


As mensagens do coração parecem ser donas de uma sabedoria especial, que a mente, racional e fria, não consegue alcançar.

“E o que importa é ouvir a voz que vem do coração”
Canção da América – de Milton Nascimento e Fernando Brant


Aprender a ouvir a voz do coração é um longo caminho que requer muita observação, determinação e coragem, pois aprendemos que devemos usar a razão.
A sabedoria está em saber unir a voz da razão com a do coração.

“Vai meu coração, ouve a razão.
Usa só a sinceridade”.

Insensatez – de Tom Jobim e Vinicius de Moraes


O coração sabe quando deve dizer sim ou não, ele sabe quando está sendo maltratado e o momento certo para dar um basta numa situação desconfortável.

“Bate, bate, bate, coração / Dentro desse velho peito
Você já está acostumado /A ser maltratado, a não ter direitos
Bate, bate, bate, coração / Não ligue, deixe quem quiser falar, ah!
Porque o que se leva dessa vida, coração
É o amor que a gente tem pra dar, oi!
Tum, tum, bate coração / Oi, tum, coração pode bater
Oi, tum, tum, tum, bate, coração
Que eu morro de amor com muito prazer”

Bate Coração – Elba ramalho – composição de Cecéu


Muito ainda haveria de escrever sobre esse coração da gente...
Ai... haja coração!

“Meu coração tá batendo / Como quem diz:"Não tem jeito!"
Zabumba bumba esquisito / Batendo dentro do peito”

Coração Bobo – de Alceu Valença



Adaptação do texto "Escute o seu Coração" da revista Bons Fuidos (com algumas pincelasdas minhas).
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domingo, 23 de janeiro de 2011

Máscaras



De origem ancestral, as máscaras fazem parte da cultura de várias civilizações.
Gregos e Romanos exibiam máscaras em cerimônias religiosas e na China eram usadas para afastar maus espíritos.
Na Grécia Antiga, os agricultores comemoravam os bons ares da primavera pintando os corpos e usando máscaras coloridas. Dessa forma, acreditavam que espantavam os “demônios da má colheita”, protegiam a lavoura e garantiam um período de fartura para custear a sobrevivência.

Os indígenas as usavam para incorporar entidades que curam, em cerimônias de casamento e danças de guerra.

Reverenciando Saturno, o deus da agricultura, os romanos da Antiguidade celebravam as saturnais, festa que pode ser considerada o embrião do carnaval de Veneza, famoso por seu brilho e seus belíssimos mascarados. As saturnais aconteciam durante o mês de dezembro, período do inverno no Hemisfério Norte.
As máscaras venezianas, conhecidas por sua beleza envolvente, tiveram sua origem por volta dos séculos XV e XVI, quando começaram a surgir os primeiros grupos teatrais de Veneza.
Acredita-se que as máscaras escondem e revelam a personalidade de quem as usam. Tem o misticismo de dar vazão a alegria, tristeza, revelar ou ocultar sentimentos.
Dos grandes bailes, teatros e o carnaval de rua, as máscaras em Veneza passaram a ser também peças decorativas, sendo uma das principais atividades econômicas e o souvenir característico da região.
Se você não foi à Veneza, pode fazer uma para dar um toque alegre e misterioso na decoração da sua casa.

Para fazer uma máscara decorativa vamos precisar de: uma máscara em cerâmica / pincéis macios de numeração variada / tinta látex na cor branca / tintas coloridas à base de água / goma laca / purpurina / lápis / palito de sorvete para misturar / verniz fixador spray ou verniz crstal / tinta relevo e potinhos ou forminhas para misturar as tintas.

Passo a passo:
1- Pinte a máscara com a tinta látex branca. Quando estiver completamente seca desenhe o motivo escolhido, usando o lápis.

2- Pinte os desenhos com as cores que desejar, com as tintas à base de água.
Com a tinta relevo faça bolinhas contornando os desenhos;

3- Dilua a purpurina na goma laca e faça detalhes, com cuidado para não encostar na parte já pintada, para não borrar;

4- Espere secar e aplique o verniz spray ou o verniz cristal com pincel.

Se quiser, crie acabamentos com cordões de seda, pedras, penas, correntinhas, pérolas... o que a imaginação sugerir.



Fonte e fotos do passo a passo: Revista Bom Astral - out/nov de 2000.
A primeira foto peguei da internet.

Ainda não fiz a minha.
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Picolés de groselha



Lá pelos meados da década de sessenta, na cidade onde eu morava, Nova Iguaçu, havia uma única sorveteria, a Fla-Flu, com seus picolés de groselha. Foi a primeira casa a colocar mesinhas com cadeiras e era o nosso ponto de encontro, onde sempre íamos nos refrescar depois que saíamos da escola. Era uma alegria essa parada... quase obrigatória nos dias quentes de verão.
O picolé era bem vermelho (da groselha) e à medida que o sugávamos ele ia ganhando a cor branca do gelo macio, e a nossa língua ia ficando gelada e rosada da groselha.

O tempo foi passando, foram surgindo outras sorveterias mais modernas com picolés, sorvetes e receitas geladas mais sofisticadas.
A Fla-Flu não existe mais, só ficou uma doce lembrança no nosso coração.


Estas fotos eu tirei faz poucos dias, quando passava por uma rua num bairro da periferia da cidade.
As fotos são do portão de uma residência que faz, para vender, picolés (caseiros)... esses picolés à moda antiga.
Refrescou minha memória, me levou para um tempo já um pouco distante, em que eu era uma colegial que gostava de picolés de groselha.


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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Coisas da vaidade feminina


Na França, durante a Revolução Francesa, quando centenas de cabeças inocentes rolavam decepadas pela guilhotina, alguém de gosto duvidoso lançou a moda de pequenas guilhotinas, como broche, para enfeitar as mulheres do povo. E para maior realismo ao enfeite macabro, pintavam-no de vermelhos de sangue. O surpreendente não é a imaginação doentia de quem criou os broches trágicos. E sim a coragem das mulheres que os usavam. E não eram poucas! Era moda!


do livro: Só para mulheres de Clarice Lispector

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tristeza



Várias localidades no Rio de Janeiro já se engajaram para ajudar as vítimas dos deslizamentos de terra provocados pelas recentes chuvas na Região Serrana do Estado. Shoppings, repartições do governo, ONGs e postos policiais aceitam qualquer tipo de doação. As principais necessidades são água mineral, alimentos não perecíveis (de preferência para pronto consumo), produtos de higiene pessoal, fósforos, isqueiros, velas, roupas, colchões e cobertores.

Os donativos podem ser levados para os seguintes locais:

- Delegacias, postos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar ou Polícia Rodoviária do Estado do Rio - Ministério Público Estadual (Av. Marechal Câmara, 370 - centro / Das 10h às 17h) - Palácio da Guanabara (Rua Pinheiro Machado, s/n - Laranjeiras) - Cruz Vermelha do Rio (Rua Coronel Bernardino de Melo, 2085 - Nova Iguaçu) e de todo o País - Viva Rio (Rua do Russel, 76 - Glória) - Secretaria de Assistência Social de Petrópolis (Rua Aureliano Coutinho, 81) - Centro de Cidadania de Itaipava (Estrada União Indústria, 11.860 - Petrópolis) - Ceasa Grande Rio (Av. Brasil, 19.001 - Irajá - [21] 2333-8217) - Ceasa São Gonçalo (Rod. Amaral Peixoto, Km 9,5 - Colubandê) - Fiperj Niterói (Alameda São Boa Ventura, 770 - Fonseca) - Repartições de Aruarama e sede da prefeitura (Av. Nilo Peçanha, 352, 2º andar, Centro) - Unidades da Aruarama Solidária (Av. Brasil, 10, 2º andar - Centro) - Sede da Assistência Social de Cabo Frio (Rua Florisbela Roza da Penha, s/n° - Braga - das 8h às 17h) - Sede da Coordenadoria de Serviços de Cabo Frio (Av. Joaquim Nogueira, 271 - São Cristóvão) - Metrô Rio, nas estações: Ipanema-General Osório, Siqueira Campos, Botafogo, Carioca, Glória, Largo do Machado, Catete, Central, Saens Peña, Nova América-Del Castilho e Pavuna - Lojas Americanas do Rio - Lojas do grupo Pão de Açúcar do Rio de Janeiro e Grande São Paulo
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Pirulito que bate bate


Andando pelas ruas do meu bairro, encontrei o Vendedor de Pirulitos com um tabuleiro cheio deles em forma de chupetinhas.
Corri ao seu encontro ao mesmo tempo que uma menina em torno de seus sete anos, que vinha com a mãe. Ambas compramos pirulitos e nos olhamos com um sorriso cúmplice. Afinal, pirulitos são feitos para crianças, não importa a idade!
Entrei, então, no túnel do tempo:
Quando eu era menina havia muito desses pirulitos, bem como outras guloseimas açucaradas, adoçando a nossa vida.


Os “Pirulitos de Mel” em forma de cones compridos e enfiados numa haste comprida ou num tabuleiro, com buracos próprios para acomodá-los;
As balas “Puxa” que vinham enroladas em um papel branco e era um puro deleite;
As balas de coco, tão macias, branquinhas e deliciosas que se desmanchavam na boca;


As balas “Boneco”, de várias cores com a forma de um bonequinho e dois centímetros de puro sabor;
Havia também aquelas balas com listras coloridas, bem cheirosas e arredondadas.

Estes pirulitos em forma de chupetinhas tem, para mim, um significado especial:

"Meu pai, em certa ocasião comprou formas e os ingredientes para fazê-los. Eram de mel, essência de rosas e um outro ingrediente (acho que era cal, que era para o mel dar o ponto de bala e não açucarar). Quando dava o ponto e ainda quente ele despejava nas formas que tinham sido untadas previamente com manteiga. As formas eram em dupla, após enchê-las, esperava-se um pouco (só o tempo de não escorrer) e juntava uma com a outra pra colar as duas partes do pirulito. Depois de frio, tirava-se da forma e passava no açúcar cristal.
Eu acompanhava todo aquele ritual com olhos gulosos e papai me deixava passar os pirulitos no açúcar.
E no final era premiada com aquele doce que tinha cheiro de mel e rosas..."


Pirulito que bate bate,
Mais bate o meu coração.




P.S. Somente as fotos das chupetinhas é que são minhas. As outras eu peguei na internet.
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sábado, 8 de janeiro de 2011

Roupa nova para o abajour



Comprei este abajour há dezoito anos, de haste revestida de vime e cúpula bem básica.
Passado alguns anos cobri a cúpula com filtros de café usados,lavados e secos, uma técnica de artesanato que estava bastante na moda.
A cúpula já estava ficando quebradiça e com o papel de filtro e a cola usada ganhou um pouco mais de resistência e ficou bem mais interessante. As minhas visitas sempre elogiava a técnica artesanal.

Este ano que passou pensei em me desfazer do abajour e comprar uma mais moderno e colorido pra dar mais um realce na minha sala.


Mas tenho muito carinho por ele que me serve muito bem e como sou conservadora, resolvi lhe dar uma cara nova.
Tinha uns adesivos em casa, desses que a gente compra por impulso e depois não sabe onde vai usar... Então, colei os adesivos, e ficou assim meio "vintage".

Achei até bem bonitinho.


Por enquanto estou gostando, depois... Bem, depois é depois.

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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Presentes de Rainha




Elizabeth I, Rainha da Inglaterra nos anos de 1558 a 1603, num dia de Ano Novo, recebeu de presente da senhora Twist, a lavadeira da corte: “quatro panos para limpar os dentes, de um tecido grosso holandês, decorados com seda preta e com as bordas de renda de bilros”. Sua Majestade também recebeu palitos de ouro e ela possuía também uma pinça para tirar o cerume dos ouvidos, feita de ouro e decorada com rubis.

Leia mais AQUI.

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